quarta-feira, 20 de maio de 2009

TORRE MALAKOFF

TORRE MALAKOFF

Semira Adler Vainsencher
semiraadler@gmail.com
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco

No porto do Recife existe uma praça que já foi chamada de Voluntários da Pátria, Arsenal da Marinha, e, hoje, é denominada Praça Artur Oscar, em homenagem a um dos generais que comandaram a campanha de Canudos. É precisamente nessa praça, no bairro do Recife, próximo ao porto, que se destaca a Torre Malakoff, um monumento que faz parte do patrimônio histórico e turístico da cidade.

A torre, construída em estilo oriental (tunisiano), foi assim nomeada pela sua semelhança com uma fortificação da península da Criméia, que funcionou como centro de defesa de Sebastopol, no ano de 1855. Neste sentido, cabe esclarecer que a guerra da Criméia foi travada no século XIX (de 1854 a 1855), entre a Rússia do czar Nicolau I, de um lado, e a França, a Turquia, a Inglaterra e Piemonte, do outro. E a Torre Malakoff de Sebastopol foi tomada por Mac-Mahon, dando aos aliados a vitória naquele conflito.

A torre recifense possui um minarete branco, em forma quadrangular, um relógio, uma pequena cúpula, ameias nos ângulos, e algumas janelas estreitas pintadas na cor azul. O monumento serviu, durante muitos anos, como observatório astronômico e sede da Capitania dos Portos em Pernambuco. Nele, há um grande portão de ferro com uma data gravada: 1853. E, em um escudo acima do portão, lê-se: 1855.

Na década de 1920, vários jornalistas liderados por Mário Melo lutaram para preservar o monumento, evitando que o Governo Federal o demolisse. Coincidentemente, do lugar onde se encontra, hoje, o busto do célebre intelectual, na avenida que leva o seu nome, é possível se avistar, ao longe, a tão imponente Torre Malakoff.

Fontes consultadas:

CAVALCANTI, Carlos Bezerra. O Recife e seus bairros. Recife: Câmara Municipal do Recife, 1998.

FRANCA, Rubem. Monumentos do Recife. Recife: Secretaria de Educação e Cultura, 1977.

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