quarta-feira, 20 de maio de 2009

METRÔ DO RECIFE (METROREC)

METRÔ DO RECIFE (METROREC)

Semira Adler Vainsencher
semiraadler@gmail.com
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco


As pesquisas para a melhoria do sistema de transportes públicos da Região Metropolitana do Recife (RMR) tiveram o seu início na década de 1970, através do Grupo Executivo de Integração da Política de Transportes (GEIPOT), com a finalidade de se definir um Sistema Metropolitano de Transporte Urbano de Passageiros e um Plano Diretor de Transporte.

Sendo assim, o GEIPOT concluiu os trabalhos “Estudos de Transportes Coletivos (Transcol)” e “TRENSURB/RECIFE. Este último fazia parte da política de recuperação do Sistema Ferroviário de Passageiros Urbanos, bem como da implementação do Trem Metropolitano. O seu objetivo era o de funcionar como um sistema moderno de transporte em massa em via fixa, a ser implantado nos corredores ferroviários presentes na RMR, e destinando-se a atender às necessidades dessa região até o ano 2000.

Em novembro de 1975, o Governo Federal aprovava a criação do Sistema Nacional de Transportes Urbanos (SNTU) e da Empresa Brasileira de Transportes Urbanos (EBTU).

O Ministério dos Transportes, em setembro de 1979, lançava o “Programa de Transportes Alternativos para Economia de Combustíveis”, com uma ênfase especial ao Transporte sobre Trilhos - metrôs, pré-metrôs e trens metropolitanos - como instrumentos eficazes voltados à racionalização do consumo dos combustíveis nos grandes centros urbanos.

Aquele Programa teve uma grande repercussão em nível regional e, em 19 de novembro de 1979, foi instituído o Sistema de Transporte Público de Passageiros na Região Metropolitana do Recife (STPP/RMR).

Finalmente, em 1982, através de uma revisão do antigo estudo do GEIPOT, era criado o Projeto do Trem Metropolitano do Recife, dando prioridade à ligação Recife-Jaboatão, com uma derivação para Coqueiral-Rodoviária.

Porém, apesar dos esforços empreendidos, somente no dia 11 de março de 1985 a primeira etapa do metrô de superfície do Recife, com 6,5 km (o trecho Recife–Werneck), conseguiria ser inaugurada e colocada em funcionamento.

Poucos anos depois, o metrô apresentaria uma extensão de 20,5 km e teria 17 estações: Recife, Joana Bezerra, Afogados, Ipiranga, Mangueira, Santa Luzia, Edgard Werneck, Barro, Tejipió, Coqueiral, Cavaleiro, Floriano, Engenho Velho, Jaboatão, Alto do Céu, Curado e Rodoviária.

O METROREC foi planejado para atender a 165 mil usuários por dia. Em dezembro de 2002, o metrô era formado por um conjunto de 25 trens. E, cada trem, por sua vez, possuía quatro carros, cada um deles com 22m de comprimento.

O metrô do Recife - METROREC – é movido à eletricidade, possui um sistema de ar condicionado, novos sistemas de freios e inversores estáticos, que foram modernizados pelo Consórcio Siemens para garantir conforto e segurança à população.

Durante dois anos, devido a problemas licitatórios, as obras de ampliação do METROREC ficaram paradas. Presentemente, o sistema está sendo ampliado com a construção de mais 14,3 km na linha Sul. Neste sentido, até o final de 2004, o Governo pretende inaugurar 10 novas estações, incluindo os trechos Rodoviária-Camaragibe e Joana Bezerra-Imbiribeira (a primeira parte da chamada linha Sul).

Vale ressaltar que, após o advento do metrô de superfície, os trens foram colocados fora de circulação. Porém, antes que isso ocorresse (em 1972) foi criado o Museu do Trem, que funciona na antiga Estação Central e expõe em seu pátio, duas locomotivas tipo “Maria-fumaça” e uma movida a óleo diesel.

Fontes consultadas:

AGORA vá de metrô. Recife, METROREC: CBTU/EBTU/RFFSA, [1985].

METRÔ do Recife: solução social. Recife: METROREC, 1985.

METROREC. Disponível em: Acesso em: 11 maio 2004.

ROCHA, Tadeu. Roteiros do Recife (Olinda e Guararapes). 3. ed. Recife: Gráfica Ipanema, 1967.

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